29 de abr. de 2019
Por Hugo Vinicius Pereira

Crìtica: Vingadores - Ultimato




“Parte da Jornada é o fim” já dizia Tony Stark desde o primeiro trailer de Vingadores: Ultimato (Avengers Endgame, 2019) e esta pequena frase é a síntese absoluta do que o novo filme dos heróis da Marvel traz até nós. O fim do caminho é, em si, parte dele. É na linha de chegada que percebemos a jornada, o quanto percorremos, o quanto superamos, perdemos e mudamos. É ao final da maratona que nos deixamos vencer pelo cansaço e somos acolhidos pelos louros da recompensa. É o momento de cuidar das feridas que foram abertas no percurso, deixar algumas coisas para trás e se nutrir novamente para uma nova corrida que certamente virá, mas não será agora. O fim da linha, além de ser o tempo para tudo isso, também é o momento da medalha, do troféu, da entrega daquilo pelo qual você tanto esperou. Vingadores: Ultimato é isso, um fim, e traz consigo tudo o que um bom desfecho traz. Se Vingadores: Guerra Infinita (2018) foi uma catarse, Ultimato é nada menos do que uma apoteose, uma consagração. Parte da jornada é mesmo o fim, e o nosso troféu têm 3h de duração na sala de cinema.  Vem comigo tranquilo que esqueci os spoilers em casa.

Este texto referente ao novo filme dos irmãos Joe e Anthony Russo (de Vingadores: Guerra Infinita e Capitão América: Guerra Civil) vai analisar pouquíssimo aspectos técnicos. O jeito certo de falar desta produção é com sentimentos e não com tecnicalidades. Os efeitos são de cair o queixo, a ação é simplesmente avassaladora, a direção é precisa e o roteiro faz o que eu julguei improvável: nos surpreende. Dentre uma chuva de vazamentos, fotos, spoilers e 1001 teorias, mesmo com toda a ansiedade que estávamos, no fundo parecia que tudo o que veríamos nos filme já era meio óbvio. Muita coisa é, de fato, principalmente para os nerds mais engajados – como eu – que consomem horas de conteúdos em blogs, canais e sites sobre o futuro daqueles heróis. Mas – e ainda bem – que MUITA coisa passou ilesa mesmo nas melhores teorias. Há um sem-número de referências aos 11 anos de Universo Marvel, o retorno de MUITOS personagens que não víamos há anos, boas lembranças dos mais de 20 filmes do estúdio e também reviravoltas inesperadas - tudo isso mantendo a história coesa, tensa, empolgante e sem nada fora do lugar.

Não é fácil fazer uma crítica como essa sem estragar surpresas. Consigo dizer apenas algumas informações isoladas como o péssimo uso que fazem de um personagem como o Hulk de Mark Ruffalo que infelizmente segue abobalhado e, aqui, sem nenhuma função pratica no roteiro – COMO VOCÊ ME DEIXA O INCRÍVEL HULK INÚTIL, MARVEL? COMO? Eu particularmente não gosto dos rumos que o Thor (Chris Hemsworth com seu timing cômico no máximo) toma, mas são fiéis à trajetória do herói construída até ali. Mesmo assim, há muito espaço para transbordarem coisas boas que afogam estes problemas sem dificuldade. 

Ultimato lida com gravidade e emoção com as conseqüências reais do final de Guerra Infinita. Viúva Negra (Scarlett Johansson, digna!), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner que retorna fantástico), Capitão América (Chris Evans) e Tony Stark (Robert Downey Jr.) se encarregam de entregar em atuações perfeitas o peso daquela tragédia e a fúria para desfazer o mal que fora feito. O destaque principal, evidentemente vai para os dois heróis símbolos daquilo tudo e tanto o Homem de Ferro quanto o Capitão encarnam em si uma década de construção de universo. Os dois personagens evoluíram, enfrentaram suas diferenças, questionaram suas lealdades, e revisitaram suas próprias histórias e escolhas de uma forma tão completa e apaixonante, que não há mais para onde crescer – e isso tem conseqüências...

Vingadores: Ultimato é um presente para cada um de nós. Eu entendo quem reclame da complexidade da sua trama ou da longa duração de 3h, mas há histórias que queremos saber a serem contadas e eventos que queremos ver a serem mostrados. Nada sobra. Nada cansa. É a entrega de tudo que sempre quisemos ver naquele universo, o clímax da nerdice que leva às lágrimas os fãs que viveram isso tudo com aqueles personagens.  Há espaço para rir – mesmo que tenha achado este um pequeno ponto fraco do filme – e para se emocionar MUITO – eu destaco os reencontros entre personagens, feitos de forma tenra e bonita, sem pressa, como ter um sonho bom com alguém que amamos. Estamos diante, sem a menor dúvida, do MAIOR filme de heróis já feito. Um amigo comparou a sensação do filme àquela que sentimos no episódio de Power Rangers que junta todos os rangers vermelhos em batalha... só que multiplicado por 3 mil. É bem isso.

Levanta, fuja de spoilers e vá assistir Vingadores: Ultimato – deixa Tia Cremilda em casa dessa vez porque esse filme foi feito pra você. Esteja pronto para não ir ao banheiro durante um bom tempo, se divirta vendo o que você já esperava, surte vendo o que você nem imaginava e esteja com coração e mente preparados para dizer adeus.  Parte da jornada é o seu fim, e o futuro, pode vir sem a menor pressa de chegar.

Coeficiente de Rendimento: 4,8/5

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